Hoje, 27 de abril de 2012, encerrou-se a bonita história de Pedro Primo e o seu Bar, na Rua Dr. Afrânio, em Araguari. Como frequentador de quase todos os dias, nos últimos 10 anos, vamos sentir saudades. Como vinha anunciando Pedro há alguns dias a sua decisão de encerrar suas atividades, hoje aproveitamos a manhã para curtir com os amigos as últimas horas do Bar. Aproveitamos e clicamos alguns clientes de quase todas as manhãs, que foram para esse momento importante para cada um de nós que sabe o valor da boa prosa, sempre acompanhada da vitamina de abacate ou de mamão, do café sempre quentinho, do pão de queijo caseiro, da rosquinha, do pudim, do misto, do pão na chapa, da discussão política e do futebol e até das pautas do meu programa de rádio, que devo confessar, algumas saíram dali. Como bem frisou Márcio Marques em sua coluna no Gazeta de hoje: Araguari perde um importante espaço democrático. Está correto Márcio, sobretudo se levarmos em conta que esse é um ano de eleições municipais.
Vamos sentir muitas saudades dessas manhãs agradáveis e hoje parecia aquelas aulas da saudade da turma de faculdade. O momento em que a gente sente a hora da partida e cada um partirá para um lado e dificilmente conseguiremos reunir todo mundo em outro lugar.
Mas é importante falar sobre esse maravilhoso trabalho de mais de 4 décadas, num único lugar, ali no prédio do Edifício Araguari, onde Pedro escreveu grande parte de sua história. E sempre soube cativar sua clientela, sobretudo porque praticava preços bem competitivos, tendo a vantagem de fabricar em casa as próprias quitandas.
Mais do que um comerciante, Pedro merece o reconhecimento da cidade de Araguari pelo serviço que prestou ao longo de todo esse tempo. Ao levantar todo dia às duas da madrugada, juntamente com a companheira Fátima, para preparar as quitandas e abrir seu comércio às 5 da manhã, deixa um exemplo de trabalho e dedicação no ato de servir. Para os clientes era a certeza de levantar para uma viagem ou um compromisso mais cedo e encontrar o Bar aberto.
Pedro pouco opinava nas conversas até pela falta de tempo, porém sempre de antena ligada. Quando dava sua opinião era certeira e sábia, ninguém o contestava.
Parabéns ao amigo Pedro pela honradez, pelo trabalho honesto, pela dedicação até o último minuto. Vai nos fazer muita falta, com certeza, mas é justo o seu desejo parar e curtir a vida, cuidar da saúde enquanto é tempo. Deu sua significativa parcela de contribuição. Já estamos com saudade e perdidos para iniciar a próxima semana.
Após todos esses anos é merecido o descanso ao grande guerreiro das madrugadas: flamenguista nato, o que inspirou até uma charge do companheiro de imprensa Adriano de Sousa. Alguns diziam que o Bar era movimentado justamente por isso. Tinha a frequência dos flamenguistas e a dos contrários para fazer gozação nos rubro-negros no dia que o flamengo perdia.
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