domingo, 15 de novembro de 2009

120 anos da Proclamação da República

Hoje, não fosse domingo, seria feriado nacional de 15 de novembro. A data neste 2009 tem uma marca especial: completamos 120 anos da República Brasileira. A conquista se deu em 1889, após um golpe militar comandando pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Este foi o recente acontecimento do país no sentido de sair definitivamente das amarras da Corte Portuguesa. Há de se destacar a importância da maçonaria brasileira neste acontecimento, pois Deodoro da Fonseca e todo seu ministério empossado naquela data era formado de maçons.

Apesar de pouco comemorada, a data se reveste de grande importância na história política do país. A partir desta data o país iniciou a abertura democrática, a implantação do trabalho assalariado e o fim da escravidão, o surgimento de novos partidos políticos, a abertura da imigração européia e o inicio da modernização do país.
O movimento de 15 de Novembro de 1889 não foi o primeiro a buscar a República, embora tenha sido o único efetivamente bem-sucedido, e, segundo algumas versões, teria contado com apoio tanto das elites nacionais e regionais quanto da população de um modo geral:
• Em 1788-1789, a Inconfidência Mineira e Tiradentes não buscavam apenas a independência, mas também, a proclamação de uma república, seguida de uma série de reformas políticas, econômicas e sociais;
• Em 1824, diversos estados do Nordeste criaram um movimento independentista, dentre elas a Confederação do Equador, igualmente republicana;
• Em 1839, na esteira da Revolução Farroupilha, proclamaram-se a República Rio-grandense e a República Juliana, respectivamente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
No que se refere ao 15 de Novembro, embora se argumente que não houve participação popular no movimento que mudou o regime, o fato é que também não houve manifestações populares de apoio à monarquia, ao imperador ou de repúdio ao novo regime.
Alguns pesquisadores argumentam que, caso a monarquia fosse "popular" - o que não era - haveria movimentos contrários à república em seguida, além da Guerra de Canudos. Entretanto, segundo alguns pesquisadores, o que ocorreu foi uma crescente conscientização a respeito do novo regime e sua comemoração pelos mais diferentes setores da sociedade brasileira. Versão oposta é dada pela pesquisadora, Maria de Lourdes Mônaco Janoti, no livro "Os subversivos da República", que mostra o medo dos republicanos, nas primeiras décadas da república, em relação a uma possível restauração da monarquia no Brasil, e mostra ela, também, em seu livro, a repressão forte, por parte dos republicanos, a toda tentativa de se organizar grupos políticos monárquicos naquela época.
Neste sentido, um caso notável de resistência à república foi o do líder abolicionista José do Patrocínio, que, entre a abolição da escravatura e a proclamação da República, manteve-se fiel à monarquia, não por uma compreensão das necessidades sociais e políticas do país, mas, romanticamente, apenas devido a uma dívida de gratidão com a princesa Isabel. Aliás, nesse período de aproximadamente 18 meses, José do Patrocínio constituiu a chamada "Guarda Negra", que eram negros alforriados organizados para causar confusões e desordem em comícios republicanos, além de espancar os participantes de tais comícios.

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