Pelo tom dos manifestos elaborados por médicos e anestesiologistas, publicados hoje, 23/01, no Gazeta do Triângulo, a próxima semana promete capítulos difíceis para o prefeito Marcos Coelho na área da saúde. Os manifestos, em meia página cada, deixam evidente a situação sombria que assola a nossa saúde, onde os médicos denunciam descaso existente no setor.
O manifesto é assinado por 37 médicos que prestam serviço na Santa Casa de Araguari. Eles denunciam o descaso do prefeito e do Secretário de Saúde para com a instituição, onde não existem investimentos neste que é o principal hospital que faz atendimentos pelo SUS em Araguari. Atraso de pagamentos, falta de compromissos, falta de planejamento, falta de investimento na UTI adulto que já está instalada e pronta para funcionar.
Os médicos alertam que corre-se se o risco de um colapso total no setor, envolvendo as unidades de saúde dos bairros e Pronto Socorro.
Na mesma edição outro manifesto dos anestesiologistas denunciam uma série de problemas envolvendo a relação difícil com o poder executivo, falta de compromissos e uma situação extrema que já saiu do controle municipal, envolvendo até mesmo o Conselho Regional de Medicina e o Ministério Público. A paralisação dos serviços já deveria ter ocorrido e só foi protelada até 31/01 atendendo pedido da promotoria.
Pelo andar da carruagem, a próxima semana será de preocupação para a comunidade araguarina e de pressão junto ao poder público municipal. O Secretário de Saúde, Dílson Martins, indicado para o cargo pela classe médica, parece que não consegue dar seqüência ao trabalho e agora encontra-se no fio da navalha, a julgar pelo último parágrafo do manifesto dos médicos:
“Diante de fatos tão graves e de responsabilidade direta do senhor Prefeito Marcos Coelho, do sr. Vice-Prefeito Juberson de Melo (Jubão) e do Secretário de Saúde, Dr. Dílson Martins de Deus, retiramos todo e qualquer apoio aos seus nomes”.
As palavras acima ditam o momento nada favorável para o município e principalmente para o povo que necessita de atendimento médico. Esta não é primeira crise entre os médicos e o poder público municipal, mas pelo tom parece prenunciar dificuldades em virtude da adesão dos anestesiologistas. A situação da saúde vem capengando há muito tempo, no próprio Pronto Socorro Municipal, onde médicos saem de férias e não se contratan substitutos. Recentemente o próprio Secretário de Saúde teve que ir para PS botar a mão na massa, realizando atendimento.
A saúde pública em Araguari está falida. Para procedimentos de alta complexidade, os pacientes têm que sair da cidade. O atendimento ambulatorial é péssimo, conforme demonstram as filas no Pronto Socorro e nos Postos de Saúde. Agora, a gota d'água pode ser a paralisação dos anestesiologistas, ocasionando a não-realização de cirurgias eletivas.
ResponderExcluirEsse caos não vem de hoje. O governo anterior, por exemplo, deixou rastros de incompetência, a exemplo do mal projetado e inacabado hospital municipal. O atual, seguindo essas pegadas, até hoje não disse a que veio (também) na área da saúde. Prometeu inagurar o hospital, mas não fez efetivamente nada para que isso acontecesse.
Além da culpa do governo, não podemos aqui isentar totalmente os profissionais de saúde. Trata-se de uma classe extremamente corporativista, recheada de profissionais que só pensam em ganhar muito e trabalhar pouco, sobretudo no serviço público. Por exemplo, é possível encontrar médicos que exercem dois cargos públicos, mas passam a maior parte do tempo em seus consultórios particulares. Em outras palavras, ganham dinheiro público sem trabalhar, relegando os pacientes ao descaso.
Dessa forma, é preciso acabar com essa cultura. Necessitamos de governantes firmes e competentes, capazes de gerir com eficiência esse setor crucial. É preciso não somente pagar bons salários a esses profissionais, mas também é necessário realizar sérias e permanentes fiscalizações e auditorias nessa área. Afinal, se em todas as profissões existem alguns indivíduos pouco éticos, a Medicina não seria uma exceção.
UBERLÂNDIA-MG, 24 de janeiro de 2010.
ResponderExcluirPrezados Srs.,
Só falta aquela classe dos únicos Profissionais referenciados na Constituição começarem a DENUNCIAR os mandos, desmandos e ingerências em seu Setor, e a cegueira coletiva de seus pares... hora de tirar a venda dos olhos, e corrigir a balança que sempre pende para o mesmo lado.
Até a classe Médica já experimenta a contra-indicação de seu próprio veneno: O CORPORATIVISMO.
E o Cidadão-comum, sempre prejudicado !
Atenciosamente,
Janis Peters Grants.
So do Rio Grande do nortee- LAGES
ResponderExcluire to fazanedo um trabalho sobre isso "Falta de investimentos e o descaso na saude municipal gera uma serie de consequências desastrosas, as quais atingem diretamente a população carente. Que é quem mais necessita de serviço publico e saúde."
queria um comentariio basico de vc's sobre isso - e esse trabalho é muiito importantee pra mim" me ajudam ?