quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Em dia com a política - Cartões são a cara do governo Lula



Baptista Chagas de Almeida - Estado de Minas


Os ministérios são dos mais importantes. Os ministros, essenciais para o bom andamento do serviço público. A notícia, contudo, nada a ver com as sensacionais realizações deles à frente de suas pastas. Matilde Ribeiro, da Secretaria de Igualdade Racial, e Altemir Gregolin, da Secretaria de Aqüicultura e Pesca, finalmente conseguiram chegar às manchetes dos jornais. Só que por causa do uso do cartão corporativo. Matilde fez compra no free shop e só depois que a denúncia veio a público se apressou em devolver o dinheiro aos cofres públicos. É quase uma ré confessa, além de ter sido a campeã dos gastos com o cartão em 2007. Teve “despesas” de R$ 171,5 mil no ano passado. É só coincidência que o número mínimo de assinaturas de deputados para fazer uma CPI é 171. A oposição já começou a buscar apoio para fazer a investigação. Vai dar pano para manga, se passar. Já Gregolin será investigado porque seu cartão pagou uma continha de R$ 70. Só que numa choperia em Ribeirão Preto. Ele jura que não foi para bebida alcóolica e que estava em viagem oficial à cidade. Deve sair daí o “aqüicultura” do nome de seu ministério. Só que podem jogar água no seu chopp.

Em temporada de cortes no Orçamento, por causa da queda da CPMF, saltam aos olhos as despesas com os cartões corporativos. Foram mais de R$ 75 milhões no ano passado. Ou uma boa idéia de onde passar a tesoura afiada que vai ceifar benefícios, serviços e obras para a população brasileira. É claro que há despesas que são necessárias. Uma viagem presidencial, por exemplo, exige uma logística grande, equipes precursoras, pessoal de apoio. E todos têm que ficar em hotel, que normalmente são pagos com esses cartões. O problema é que falta transparência, não há prestação de contas às claras, sob a proteção da preservação da segurança nacional e da do presidente da República.

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