sábado, 10 de outubro de 2009

A posse de Miguel D. Oliveira no primeiro escalão do governo


foto Correio de Araguari
Estive na posse do Miguel D. Oliveira, nesta sexta-feira, 09 de outubro, no Palácio dos Ferroviários. O ex-prefeito assumiu a Secretaria de Desenvolvimento e Turismo e interinamente a Secretaria de Serviços Urbanos. A convite do prefeito Marcos Coelho, ele aceitou a parada aos 80 anos de idade. É um obstinado e pelo jeito gosta muito de Araguari, quer participar do crescimento, da melhoria da cidade, por isso não recusou.

Mas voltando à posse, fiquei lá por pouco tempo, pois tinha outro compromisso. Durante o pouco, deu pra observar que a posse de um secretário estava parecendo posse de prefeito mesmo. Grande parte dos amigos e admiradores do ex-prefeito, os chamados “Miguelistas” estavam lá marcando presença, o que surpreendeu os demais secretários e creio que até o prefeito, pelo grande número.

Alguns secretários mostraram-se alegres com o momento político, outros pareciam meio perdidos na multidão, e outros estavam com cara de tacho, não estavam gostando nada daquilo. Foi realmente um momento ímpar da nossa política mais recente, provocado pelo imprevisível prefeito Marcos Coelho, que até uma semana antes dava declarações de que não havia nada acertado sobre a ida de Miguel para o primeiro escalão de seu governo.

Ao lado de sua eterna Nilcea Barbosa, Miguel cumprimentava a todos com animação e a volta a um posto na área político-administrativa parece ser para ele um prêmio revigorante. Mostrou-se interessado, pronto para desempenhar suas funções. Tem experiência de sobra e em qualquer posição no governo dará conta do recado. No entanto, vai precisar de mais liberdade e recursos para as atividades inerentes a suas secretarias. O então secretário da mesma pasta, Hélio Alves, lamentou a falta de recursos.

Numa avaliação superficial da presença de Miguel no governo Marcos Coelho pode se dizer que a iniciativa foi acertada. Ganhou em prestígio o governo atual, que acumulou um grande desgaste em apenas 9 meses de administração. Diante da presença maciça de apoiadores de Miguel na posse podemos extrair que por um lado o governo ganhou em apoio de uma ala até então acéfala e distante do que se passava no Palácio. O grupo esteve lá e deixou nas entrelinhas o recado pra Miguel: vá em frente, nos acreditamos em você e esta administração e a própria cidade tem muito a ganhar com a sua presença.

Agora, analisando por outro prisma, creio ser também uma nomeação perigosa, justamente pela força que Miguel mostrou ainda ter. Caso as coisas não saiam a contento, não dêem condições de trabalho a ele e em pouco tempo vir a
“chutar o balde “ o terreno que o governo ganhou vai perder em segundos e ainda com um agravante: os que estavam distante e se mostravam acéfalos, vão se voltar contra a atual administração, tornando-se oposição.

Volto a dizer que o Marcão acertou no convite, mas para que isso se consolide é preciso que o Miguel dê certo, pois do contrário, será a ruína de seu governo. Significa dizer que os que forem convidados para assumir cargos neste governo vão ficar na dúvida, haja vista que outros escudeiros de primeira hora já deixaram suas secretarias, sem uma explicação convincente, dando a transparecer que a convivência nos bastidores parece não ser nada amigável ou agradável.

Nesta mudança acredito que saiu fortalecido o grupo ligado ao secretário Silvio Povoa, que deixa a difícil missão de conduzir a secretaria de serviços urbanos ao seu ex-companheiro de chapa nas eleições de 2000. Esa pasta vinha trazendo fortes desgastes a Silvio, que pleiteia disputar a sucessão de Marcão. Por outro lado sai enfraquecido o grupo do vice-prefeito Jubersom, que vê no ex-prefeito Miguel Oliveira uma sombra política que pode ofuscá-lo. Em 2000, quando Miguel perdeu a eleição para Marcos Alvim, Jubão fazia parte do palanque de Alvim, quando ganhou pra vereador.

Relembrando o pleito de 2000, Alvim e seu grupo, do qual fazia parte Jubão, miraram contra Miguel que era o líder nas pesquisas. A grande bandeira de Marcos Alvim era a mudança, deixando a entender que Miguel só pintava meio-fios e que já estaria ultrapassado. O novo é que seria o bom. Por ironia do destino, agora Jubão e Miguel, nove anos depois, se encontram no mesmo barco.

No final de março deste ano fui o primeiro a anunciar publicamente, neste blog, a possível ida de Miguel para o governo. Muitos me chamaram de louco e que isso não teria nenhum fundamento. Para os incrédulos, a consumação, daquilo que se desenhou ao longo de seis meses.

Um comentário:

  1. UBERLÂNDIA-MG, 10 de outubro de 2009.

    Prezado Wilson,

    Fique tranquilo !!!

    Todos nós, observadores e "Analistas Políticos", conhecemos bem o trabalho do novo colaborador, que certamente irá auxiliar a Gestão atual.

    A questão é que, a falta de domínio e controle em temperamentos e egos exercida na coisa particular, não coaduna mesmo na Gestão em conjunto de uma coisa Pública, e isso já causou grandes baixas na Equipe...

    Resta-nos como Cidadãos e Eleitores, sedentos por conclusão de obras antigas e realizações das promessas de nossos atuais Governantes no que é de interesse coletivo, que os mesmos entrem logo em sintonia e - em sincronia - comecem a produzir, mostrando realmente a que vieram.

    Certamente teremos episódios para muitas postagens e discussões. Enquanto isso, os "derrotados" também continuam buscando reforços, e revisando suas falhas nas estratégias Processuais.

    Atenciosamente,
    Janis Peters Grants.

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