Araguari requer urgentes mudanças no seu trânsito. Mas a primeira ação anunciada já encontrou forte resistência na região, protagonizada pelos comerciantes instalados da referida via. Desde março deste ano o Secretário de Serviços Urbanos, Silvio Povoa, anunciara a primeira mexida no trânsito de Araguari, com a inversão de mão de direção de várias vias e o fim da mão de dupla em vias como Joaquim Barbosa, Coronel José Ferreira Alves, Padre Anchieta, dentre outras.
O anúncio começou a encontrar reações contrárias e a coisa deu uma esfriada. Em meados deste mês de junho novamente o Departamento de Trânsito, com a chegada do equipamento para pinturas de sinalização no solo, voltou ao assunto e anunciou para 04 de julho a implantação da mão única na Rua Joaquim Barbosa, saída para Uberlândia.
O coro contrário dos comerciantes logo encontrou ressonância no vereador Rogerinho (PTC), que entrou em campo em defesa dos comerciantes, afirmando não haver necessidade da mudança agora. Em seguida o próprio vereador, juntamente com o vereador Giuliano Tiba trataram de organizar a tal audiência pública, (VIDE MATÉRIA postada) com a casa cheia de comerciantes, que em nome de seus “direitos” e de que o comércio será “prejudicado” marcaram presença na referida audiência.
Lamentável que a situação tenha tomado tal rumo. É sabido de todos que a referida via não comporta mais mão dupla com estacionamento de ambos os lados. O trânsito ali é caótico. A população que utiliza a via já foi alvo de enquetes e concorda com a mudança, mas os comerciantes não.
Usam do argumento de que é preciso esperar a recuperação asfáltica, já anunciada pela administração anterior e por esta, para promover as mudanças. Caso esta recuperação venha a ocorrer, na certeza vão argumentar que a melhoria da via vai escoar o trânsito melhor e ai não precisará mais de tal mudança.
A matéria publicada hoje no Correio traz posições que precisam ser analisadas com mais profundidade pelo povo araguarino. O vice-prefeito Juberson pede cautela e disse que ficou sabendo da notícia através do jornal. E se posicionou ao lado dos comerciantes e moradores da via. Os vereadores Giulliano "Tibá", Wesley Lucas, Luiz "Porcão" e "Tiãozinho do Sintespa" posicionaram-se ao lado dos comerciantes e demais moradores do lugar, por entenderem que as mudanças propostas não são necessárias no momento. O Secretário Silvio Povoa disse que a rua não ficará como está, mas qualquer mudança será anunciada com uma antecedência mínima de 15 dias. Portanto a data de 04 de julho furou novamente.
Neste embate político mais uma vez desrespeita-se o estudo técnico, feito com muitas horas de trabalho da Mestre em trânsito e que está lotada na Secretaria de Serviços Urbanos, Nádia Sudário. A jovem fez os levantamentos e provou que há a necessidade das melhorais, não está inventando nada. Mas os políticos e os comerciantes do entorno sabem tudo. Não precisa de técnico para estudar, medir o fluxo, levantar os perigos do local. Basta a opinião de uns 100 lojistas mais uns 200 puxa-sacos e mias uns 6 políticos. São 306 vozes com peso maior que 110 mil pessoas.
Diante de tais fatos vislumbra-se muitas dificuldades para se mudar alguma coisa em Araguari, principalmente o trânsito. E ai pensamos: será que estamos evoluindo mesmo? Ou nossos antepassados não teriam sido mais sábios? Imaginem hoje, por exemplo, a rua Marciano Santos com mão dupla.... a Afonso Pena, Rodolfo Paixão, Rio Branco, Rui Barbosa, etc.
Recentemente ouvimos numa emissora de Uberlândia um episódio parecido com esse de Araguari, mas com final diferente. A implantação da pista dupla dentro da cidade acabou por prejudicar e fechar a entrada da rodovia para a Avenida João Pinheiro, aquela das garagens de carros. Os garageiros ficaram furiosos, gritaram e espernearam porque ia acabar com o comércio deles. Não houve reversão. O DNIT, baseado em estudos técnicos, fechou e pronto.
Assim vamos nós a refletir as palavras do prefeito Marcos Coelho na audiência de ontem: “Não sou prefeito de uma rua só”. No entanto senhor prefeito, se nesta rua não conseguir implantar aquilo que projetou e que é necessário, o que esperar dos problemas bem maiores como a tão anunciada mudança do Aeroporto?
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