quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Juros altos: culpa do governo ou dos bancos?

*Marcos Crivelaro


A taxa básica de juros, a Selic, caiu 1% e está agora no patamar de 12,75% ao ano. Foi a maior queda da Selic desde dezembro de 2003, quando a taxa passou de 17,5% para 16,5%. Desde setembro de 2007, o BC não reduzia a taxa de juros. Isso ocorreu para atender aos apelos da sociedade? Preservar a meta inflacionária? Ou por que a crise que vem por aí é maior do que esperávamos?


A previsão para a próxima reunião do Copom, dias 10 e 11 de março, é de um corte até superior a 1%. Aliás, espera-se que ao término de 2009, voltemos para um patamar próximo de 11% ao ano (quem sabe perdendo a liderança de juros mais altos do mundo para a Turquia ou Hungria). Um nível desejável seria de 8% ao ano.

Mas os juros reais cobrados para o consumidor são cinco vezes maiores, ou seja, de 60 % ao ano. Em 2008, os juros cobrados pelos bancos das empresas e dos consumidores subiram bem mais do que a taxa do Banco Central. Em Dezembro de 2007 a taxa Selic era de 11,25% ao ano e os juros para o consumidor eram de 43,94% ao ano. Portanto agora devem surgir também medidas do setor bancário para redução dos spreads, que refletem nos juros altos para o consumo e o crédito.

Por isso que a Caixa Econômica Federal (CEF), o Banco do Brasil (BB) e o Itaú anunciaram a redução das taxas de juros de algumas operações, após o anúncio da decisão do Copom de reduzir a Selic. Os bancos estatais promoveram as maiores reduções, por exemplo, no crédito direto ao consumidor, o juro do crediário médio recuou de 3% para 2,5% ao mês.


O professor Marcos Crivelaro, professor de Finanças da Fiap

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