domingo, 22 de junho de 2008

Operação João de Barro da PF



O TEMPO
Operação João de Barro
Roubaram R$ 700 mi do PAC

Polícia Federal prende 26 pessoas e cumpre 231 mandados de busca

BRASÍLIA. Pelo menos 114 prefeituras de Minas Gerais e dois deputados federais do Estado - João Magalhães (PMDB) e Ademir Camilo (PDT) - são suspeitos de participar de um esquema de desvio de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), desvendado ontem na maior operação da Polícia Federal (PF) em 2008 - João de Barro. Além de funcionários de prefeituras, a quadrilha ainda contaria com a participação de construtoras e lobistas. O rombo estimado desde 2006 é de cerca de R$ 700 milhões de verbas do PAC e emendas parlamentares em 119 municípios do país.

O esquema teria início na liberação de emendas parlamentares e nos convênios da União com as prefeituras através de programas do Ministério das Cidades. Os recursos eram repassados pela Caixa Econômica Federal ou pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) para a construção de moradias populares, praças e obras de saneamento.

De acordo com a PF, apenas parte do dinheiro era gasta nas obras. "O restante era embolsado pela quadrilha", explicou o superintende da PF em Minas, delegado David Salem. Segundo ele, não se tratava de superfaturamento, mas de obras mal realizadas ou inacabadas, de forma a sobrar recursos para o esquema. "Se uma obra era orçada em R$ 100 milhões, a construtora gastava apenas R$ 50 milhões e dividia o restante entre o grupo", acrescentou.

Ainda, segundo a PF, o dinheiro movimentado pela quadrilha era relacionado a 200 projetos de obras do PAC. O grupo pretenderia ainda liberar mais R$ 2 bilhões. Há a suspeita do envolvimento de prefeitos. O pedido de prisão deles estaria sendo examinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Não posso confirmar essa informação", comentou o superintendente.

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