Apesar de muitos setores econômicos já apresentarem sinais evidentes de recessão o presidente Lula leva a coisa em banho-maria. Não toma providências, diz que anunciará um pacotinho qualquer dia desses e vai empurrando com a barriga.
O governo ignora a crise mundial e, ao mesmo tempo, ao tornar-se inerte, dá sinais de comodismo e de medo de enfrentar a realidade. Lula prefere fazer brincadeiras com a crise como esta situação seja motivo para tal.
E ainda, o Banco Central decidiu manter a taxa de juros lá em cima, com a Selic em 13,75% na reunião de hoje do Copom.
A taxa de juros do Brasil é uma das maiores do mundo e penaliza empresários e trabalhadores. Antes de ganhar a sua primeira eleição, Lula criticava muito as taxas de juros de FHC. Entrou lá e manteve-as praticamente na mesma.
O governo teme cortar o IPI dos automóveis e perder receitas, é temoroso quanto aos juros, pois vislumbra o retorno da inflação. Não pratica a reforma tributária, pois não quer perder receitas para estados e municípios.
Desta forma, a economia vive “engessada” e não caminha para lugar nenhum a não ser para encher sempre, mês a mês, os cofres do governo.
Esta é uma triste realidade e que infelizmente temos de encarar.
Confira abaixo a repercussão do governo de manter a taxa de juros nas alturas, entre os representantes dos principais segmentos do país:
Alcides Leite, professor de mercado financeiro da Trevisan Escola de Negócios
“O que prevaleceu foi o temor de que a taxa de câmbio elevada possa ter influência sobre a inflação em dezembro em janeiro. Outro evento que influenciou foi o resultado elevado da atividade econômica no terceiro trimestre do ano. Eu acredito que logo na primeira reunião do ano que vem, se a inflação continuar caindo do jeito que está, estarão reunidas as condições para a redução da taxa Selic.”
Alexandre Chaia, economista do Ibmec São Paulo
“O BC ainda está com a preocupação de uma inflação grande, por conta da alta do dólar, que de alguma forma ainda está levando os empresários a reajustarem preços. A minha expectativa é a manutenção da taxa até a primeira reunião do ano que vem, e reduzir só a partir da segunda reunião, quando a situação estiver mais calma. O objetivo do BC não é a promoção do crescimento econômico, e sim a inflação. Ele faz o papel dele e deixa que o executiva cumpra a parte que lhe cabe, como alongar impostos e criar incentivos para a atividade econômica.”
Cláudio José Carvajal Jr., diretor-executivo da CPD Consult
“Acho que foi uma decisão cautelosa. Diante de um cenário de fortes oscilações no mercado financeiro e de uma perspectiva recessiva para 2009, a decisão foi baseada na cautela, até que o cenário global fique mais claro e que a gente consiga ter uma idéia de qual o impacto real da crise na economia brasileira.”
José Francisco de Lima Gonçalves, economista chefe do Banco Fator
"Se você olhar o comunicado e comparar com os anteriores, você vai ver que a maioria dos membros discutiu a redução das taxas já nessa reunião. Mas como o ambiente econômico continua cercado por grande incerteza, decidiram ainda manter a taxa neste momento. Esse ‘ainda’ é o elemento principal. O BC deu uma sinalização claríssima que vai reduzir a taxa na próxima reunião. Além disso, eles conseguiram mostrar coesão com uma decisão unânime e passar um recado de independência.”
Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical
"A taxa de juros de 13,75% é um desastre para a economia brasileira. O governo não pode continuar com esta política que privilegia os especuladores em detrimento da produção e o emprego. A somatória da crise econômica com os juros em patamares estratosféricos vai prejudicar os trabalhadores que lutam para manter seus empregos."
Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
“É absurdo manter a taxa de juros em nível tão elevado, quando a inflação está sob controle e precisamos lutar para impedir que haja uma queda brusca do crescimento. Desse jeito, já começo a sentir saudade de 2008. O governo brasileiro, ao insistir em não abaixar a Selic, coloca-se na contramão do que países como Japão, Estados Unidos e outros da Europa estão praticando: cortes drásticos nos juros para proteger emprego e renda.”
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