Lúcio Vaz - Correio Braziliense
Brasília – Deputados e senadores adeptos do nepotismo podem encontrar uma brecha para continuar empregando parentes. Isso porque os setores administrativos da Câmara e do Senado avaliam que é impossível realizar um cruzamento de dados completo capaz de detectar os diversos níveis de parentesco entre servidores e parlamentares. Dessa forma, a única saída será contar com a honestidade dos integrantes do Congresso e aguardar que eles cumpram a orientação de exonerar familiares que será dada por meio de ofício das mesas diretoras.
“Qualquer levantamento realizado em nível administrativo será incompleto. O ideal é que cada deputado indique onde estão seus parentes. Para isso, pensamos em enviar um documento solicitando as informações”, diz o diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio. No Senado, a fiscalização referente à prática de nepotismo será ainda mais superficial. Por orientação da Mesa, a direção geral deverá apenas distribuir uma recomendação nos gabinetes e aguardar que cada senador demita os parentes contratados.
Apesar de não haver garantias de que os parlamentares exonerem os familiares, o presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), diz acreditar na disposição dos colegas para cumprir a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu a contratação de parentes até terceiro grau e promete ser o primeiro a dar o exemplo. Anunciou que ainda esta semana deve demitir o sobrinho lotado em seu gabinete. “Se é para valer, não tem o que ser discutido. Vamos cumprir a decisão”, anunciou.
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