quinta-feira, 17 de julho de 2008

Tragédia de Congonhas faz um ano

Dor, saudade e um pedido de justiça. Hoje, 17 de julho, um ano depois do mais trágico desastre da história da aviação brasileira, os familiares das vítimas do vôo 3054 da TAM - que matou 199 pessoas, das quais seis mineiros, ao se chocar contra um galpão da empresa, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP) - querem ver as responsabilidades apuradas e os culpados punidos. "As camisetas que vestimos, nesses 12 meses, têm escritas as palavras verdade e justiça. Primeiro vem a verdade, em seguida a justiça. Não podemos aceitar a impunidade, pois só assim evitaremos outros acidentes", disse terça-feira o presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo JJ 3054 (Afavitam), Dario Scott, residente em São Leopoldo (RS), e pai de Thaís, que morreu no vôo. Scott participa nesta quinta-feira, no próprio aeroporto, de um ato, às 17h, seguido de culto ecumênico, em memória dos passageiros mortos.

Em Minas, as lágrimas ainda não secaram nos olhos das mães, viúvas, irmãos, tios e amigos. "Só a fé em Deus, apoio da família e a busca de forças internas podem nos ajudar a suportar uma situação dessas", diz a guia de turismo Rosa Maria Vilhena Bastos, de Belo Horizonte, cujo filho mais velho, o engenheiro Rospierre Vilhena Bastos, então com 32 anos, estava no vôo procedente de Porto Alegre, onde se encontrava a serviço da Coteminas. "O sofrimento é físico, sinto uma dor muito forte no coração. Temos que encontrar energia dentro de nós mesmos para levar a vida adiante", conta Rosa, mãe de outros três filhos.
A tristeza em sua forma mais intensa também se abateu sobre uma família de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, a 685 quilômetros de BH: o estudante do 3º ano de direito Bruno de Lima Nascimento, de 20, nascido na cidade e então residente em Rondonópolis (MT), estava entre as vítimas. "Até hoje nossa família, principalmente meu irmão, não conseguiu se recuperar", afirma a tia de Bruno, Vera Lúcia de Freitas Luzia. "Meu sobrinho teria um futuro brilhante, já era emancipado e estava em Porto Alegre a trabalho. Não queremos negociar uma vida perdida, queremos justiça. Esperamos a conclusão do inquérito, pois não se pode brincar com uma vida", disse. Entre os mineiros mortos, estavam também o cabeleireiro Renato Soares Almeida, de 39, morador de Venda Nova, em Belo Horizonte, a farmacêutica Marta Maria Franco Laudares de Almeida, de 63, residente em São Paulo, e o comissário de bordo Álvaro Alexandre Pinto da Rocha Breguez, de 36, residente em São Paulo.

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