segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Casos de pedofilia assustam cidades do Triângulo

Um ato que, às vezes, não deixa marcas físicas, mas que com certeza muda a vida das vítimas. É a pedofilia. Mesmo sem ser considerada crime, a prática assusta, revolta e tem se tornado a cada dia mais comum. Só em Uberaba, de acordo com a Polícia Civil, atualmente, 40 inquéritos estão em andamento. E em 70% dos casos as vítimas são crianças.

Tarde de quinta-feira. O que seria um encontro para mais um dia de brincadeira se transformou em trauma para duas crianças. As mães das meninas, de quatro e cinco anos de idade, não quiseram ser identificadas, mas contaram que as crianças tinham uma vizinha que sempre as levavam para brincar na rua. Só que neste dia a amiga a levou para outro lugar.

As mães só ficaram sabendo do que aconteceu três dias depois. Assustadas, as famílias buscaram ajuda. O exame de corpo delito confirmou a molestação. O suspeito seria um vizinho que tinha acabado de mudar para o bairro onde moram. Ele está foragido.

Casos assim estão cada vez mais comuns em Uberaba. A pedofilia não é um crime no Brasil, mas os delitos sexuais estão previstos no Código Penal. Hoje, os acusados têm direito a responder em liberdade e dificilmente são punidos.

Os números comprovam. Só no primeiro semestre deste ano o Conselho Tutelar de Uberaba registrou 42 denúncias de abuso sexual contra menores. Número quatro vezes maior em relação ao ano passado. De acordo com a delegada Ludmila Perfeito, dos casos registrados na comarca, apenas dois acusados estão presos. Um deles abusou do próprio filho.

A falta de informação é um dos principais inimigos da polícia. Ludmila alerta para a necessidade de, além de fazer ocorrência, ir pessoalmente a uma delegacia para representar criminalmente contra o suspeito.

Uberlândia

A realidade também é assustadora em Uberlândia. O número de casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes aumenta a cada ano. E o mais preocupante: 90% dos casos acontecem dentro de casa.

Em seis meses 70 denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Em um ano o número cresceu assustadoramente. No primeiro semestre de 2007, o Conselho Tutelar Leste registrou 17 ocorrências. Em 2008, 39 e no Conselho Oeste, aumento de 27 para 31. Números de uma realidade suja.

Em fevereiro deste ano o MGTV mostrou a história de uma adolescente de 12 anos trazida do Pará por um casal com a promessa de trabalhar num salão de cabeleireiros. Mas foi obrigada a se prostituir.

A adolescente voltou para casa e o casal está presos aguardando julgamento.

Na semana passada, mais uma vítima. Um menino de sete anos foi abusado sexualmente no Parque do Sabiá. Marcelo Eduardo Barbosa, de 25 anos, foi preso em flagrante e confessou o crime. Para seduzir a criança, ele prometeu um videogame. Marcelo tem passagens pela polícia, já foi preso por abusar de outras crianças.

O sentimento que fica é de impunidade e a pergunta de como uma pessoa com tantas denúncias, que já chegou a ser presa, estava em liberdade. Segundo o Conselheiro Tutelar, Antônio das Graças Lopes, em muitos casos, é difícil comprovar a agressão.

Esse são apenas dois casos, mas tantos outros acontecem nos ambientes familiares. Os números mostram que 90% dos abusos são em casa. E quando as autoridades tomam conhecimento, a criança geralmente é encaminhada a um programa psicológico e os adultos, segundo profissionais do conselho tutelar, continuam no domicílio e muitas vezes, nada acontece. A criança ainda passa por mais um constrangimento, voltar pra casa

As denúncias são anônimas e podem ser feitas pelos telefones: 3214-0721 / 9993-0005

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