sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Para terapeuta familiar, caso Eloá revela "a nossa monstruosidade"

Haroldo Ceravolo Sereza
do UOL Notícias

Casos como o que ocorreu em Santo André, que resultou na morte da garota Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, após ter sido feita refém durante cem horas pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes Alves, de 22, mostram "a nossa morbidez, a nossa monstruosidade" na opinião do terapeuta familiar Paulo Fernando Pereira de Souza, 41 anos.

Eloá morreu no hospital depois de passar por cirurgias para a retirada de uma bala na cabeça. O seqüestro só acabou depois que a polícia invadiu o apartamento. Na ação, a amiga de Eloá, Nayara Rodrigues, de 15 anos, também saiu ferida. Lindemberg foi preso.

O terapeuta Paulo Fernando é formado pela USP. Trabalhou por mais de dez anos como psicólogo judiciário e, atualmente, faz pós-graduação na PUC-SP estudando a identidade de homens atendidos por políticas sociais na periferia de São Paulo.

Para ele, casos como este não são comuns. Durante os anos em que atuou no Judiciário, afirma nunca ter se deparado com casos de seqüestro por questões afetivas: "Acompanhei, sim, casos de homens que mataram companheiras", diz. "É comum, e isso a gente acompanha mesmo no consultório, as 'barras' das relações afetivas serem forçadas até o limite, com ameaças de morte ou de suicídio".

Ainda sobre o caso, Paulo Fernando diz se espantar "que ninguém tenha vergonha de ver Lindemberg sair sem ferimentos aparentes da cena e depois aparecer com sinais de ter sido espancado, já sob custódia do Estado".

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