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O promotor Francisco José Taddei Cembranelli, responsável pelo caso Isabella, disse ontem que o assassino da menina desejou que ela não se machucasse muito após ser jogada do sexto andar e, por isso, escolheu lançá-la do quarto dos irmãos da menina --com isso ela caiu no gramado e não em uma calçada de granito do prédio.
Cembranelli afirmou que já há no inquérito provas de que Alexandre Nardoni e Anna Jatobá estavam no apartamento do casal no momento em que o crime ocorreu.
As afirmações foram feitas em entrevista no final da tarde de ontem, após reunião de três horas e meia com a delegada-assistente Renata Pontes, que investiga o caso.
Isabella foi jogada do quarto dos irmãos, e não do próprio quarto dela --onde teria sido deixada dormindo, segundo a versão de Nardoni.
"Ela [Isabella] foi arremessada do outro quarto porque os danos físicos seriam bem menores. Se ela fosse jogada do quarto dela, os danos seriam muito maiores. Ela cairia direto no granito. E no outro quarto ela acabou caindo em cima da grama. Se fosse um monstro [o autor do crime], como dizem os indiciados, certamente ele não se preocuparia com isso. Ele a arremessaria de qualquer lugar e de qualquer jeito", afirmou.
"Isabella foi cuidadosamente introduzida pelo buraco, foi segurada por um certo tempo pelas mãos e aí, delicadamente --se é que se pode usar essa palavra--, soltaram suas mãos e ela despencou no vazio", disse.
Na entrevista, o promotor também deixou clara sua convicção de que o casal teve envolvimento na morte de Isabella. "Há indícios suficientes para indicar que a família toda subiu junto e estava no apartamento no momento em que Isabella foi lançada", afirmou.
O promotor contestou a afirmação dos advogados do casal de que os laudos do inquérito são inconclusivos sobre a existência de sangue de Isabella no carro da família.
"Parece que o laudo não foi lido. A conclusão é clara, absolutamente clara. Só não vê quem não quer. Temos a posição de Isabella no carro, confirmada pelo próprio casal, e são marcas (de sangue) bastante significativas. Isso e outros fatores-- eu não pretendo entrar agora na discussão disso-- permitem concluir que se tratava de sangue de Isabella", afirmou.
Indagado sobre a possibilidade de um dos indiciados ser acusado apenas por lesão corporal grave, em virtude do asfixiamento de Isabella, Cembranelli descartou a hipótese. "Nem considero a possibilidade de haver a existência de outro delito que não um homicídio doloso", disse.
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