Prezados Amigos,
Um amigo me informou que, na sessão da Câmara Municipal de Araguari, realizada no dia 08.04.2008, determinado vereador teria utilizado seu precioso (e bem remunerado) tempo para tece considerações desabonadoras sobre minha pessoa, debitando pessoalmente a mim todos os problemas da sistema municipal de saúde. Segundo a mesma informação, outro nobre edil teria avalizado os comentários desabonadores. Não assisti à sessão, sequer através de videotape no Canal 15. Mas, caso isso tenha mesmo ocorrido, só me resta lamentar, pelos seguintes motivos:
1- a covardia de fazer as críticas DEPOIS de minha saída da pasta da Saúde, quando poderiam ter se manifestado na minha presença, nas diversas vezes em que ocupei a tribuna na Casa Legislativa. Não faltaram oportunidades para que pudéssemos debater, em igualdade de condições, um assunto tão complexo quanto mal estudado;
2- a incoerência, haja vista em que em todas as vezes em que participei de sessões da Câmara Municipal, somente recebi elogios dos vereadores em relação à minha capacidade profissional e ao meu desempenho como gestor municipal do SUS (salvo raras exceções por parte de alguns que preferiam, democraticamente, o silêncio). Todavia, JAMAIS sequer uma palavra desabonadora sobre minha gestão;
3- a ousadia, haja vista que os possíveis críticos não possuem nenhum conhecimento sobre o Sistema Único de Saúde, nem sobre o sistema privado de saúde, inobstante os esclarecimentos e informações que disponibilizei, sempre que ocupei a tribuna da Casa ou através de respostas a dezenas de requerimentos;
4- a falta de senso crítico e memória, haja vista que durante os 39 meses em que estive como secretário municipal de saúde, nunca (repito, NUNCA) foi registrada a presença de qualquer vereador às reuniões mensais do Conselho Municipal de Saúde, onde, de acordo com a Lei 8.142/80 se efetiva o controle social do SUS;
5- da mesma forma, nas Conferências Municipais de Saúde, realizadas anualmente, somente o vereador Júberson dos Santos Melo (justiça seja feita) compareceu em uma oportunidade.
Cumpri minha missão à frente do sistema municipal de saúde com dignidade e profissionalismo, padecendo das agruras da falta de recursos e da falta de priorização de um dos pilares da Seguridade Social. Não fui guindado ao cargo por apadrinhamento político e, justamente por isto, pude atuar de forma independente e responsável, colhendo também o ônus que a seriedade no trato da coisa pública traz para quem se atreve a tanto.
Não aceitei as inúmeras tentativas de imposição de privilégios, demandados inclusive por alguns que, agora, no crepúsculo da minha gestão, se arvoram em comentar um assunto sobre o qual não possuem um mínimo de conhecimento e, por conseqüência, competência para analisar, compreender e muito menos criticar.
Mas, dependendo da origem a crítica pode ter, perante a opinião pública, o efeito inverso e soar como uma espécie de atestado de idoneidade.
Afinal, se para alguns competência é sinônimo de permissividade com a cartelização do SUS, a concessão de privilégios (tantas vezes reclamados por assessor de determinado vereador) e o clientelismo, então eu mereço e até agradeço tais críticas (se elas realmente existiram).
Afinal, sempre mantive uma postura firme em respeito ao princípio da Universalidade do SUS, insculpido na Constituição da República Federativa do Brasil. Mas, que fazer se para determinadas pessoas alguns devem ser MAIS IGUAIS que os outros, perante a lei.
Em minha nova atividade profissional, como professor universitário, estou passando para dezenas de alunos (inclusive dois vereadores) conceitos como eficiência, eficácia, profissionalismo, moralidade, legalidade, dentre outros. Espero que o exemplo repercuta e possamos, num futuro breve, ter pessoas mais preparadas e equilibradas ocupando cargos de relevância no município.
Quanto às eventuais críticas, qualquer cidadão de inteligência mediana saberá compreender sua motivação. Meu currículo responde por mim.
Abraços e bom final de semana.
Edilvo Mota
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