A VERDADEIRA HISTÓRIA DE SANTO EXPEDITO

por Renato Tadeu Geraldes

As primeiras informações sobre a história de Santo Expedito, aprendi há muitos anos atrás assistindo às missas do padre João Benedicto Villani, que na época era Capelão Chefe da Capela de Santo Expedito da Polícia Militar do Estado de São Paulo, localizada na Rua Jorge Miranda, 264 - Estação do Metrô Tiradentes, em São Paulo e, principalmente, lendo seu livro “Vida e Martírio de Santo Expedito”, o mais sério e confiável que pude encontrar.
Mais tarde, durante todos esses anos dedicados ao conhecimento e divulgação da sua história, das suas graças, capelas e devoção, pude aprender muito mais coisas.
Aprendi com devotos antigos, padres, bispos, internet, ganhei até uma cópia das páginas (95 e 96) do Livro da “Biblioteca Sanctorum”, do Instituto “Giovanni XXIII” da Pontíficia Universidade Lateranense (Vaticano), onde pode-se ler:
“EXPEDITO, Santo, mártir de Melitene. Entre todos os membros do grupo de mártires de Melitene, venerados no dia 19 de abril, juntamente com Hermógenes (v.), Expedito sozinho teve um culto popular muito difundido, embora só tenha começado a ser cultuado a partir de uma época bastante recente. Como o Martirólogo Gerominiano, do qual dependem todos os martirólogos que trouxeram o nome de Expedito até o período Romano, faz apenas a indicação do primeiro nome do mártir, é absolutamente impossível ter informações precisas sobre a época da sua vida e sobre a sua martirização. Delehaye até já adiantou a hipótese de que o nome de Expedito pode ser nada mais do que uma leitura equivocada de “Elpidio”, outro mártir do grupo de Melitene, cujo nome acabou sendo apresentado no mínimo sob cinco formas diferentes. Encontram-se indícios do culto de Santo Expedito na Sicília desde a metade do Século XVIII, especialmente em Messina e Acireale, onde em 1781 Santo Expedito foi proclamado patrono secundário da cidade e era venerado como protetor dos comerciantes e navegantes e, de forma mais generalizada, era invocado para o rápido desembaraço dos negócios (negotiorum et expeditionum patronus). Um segundo centro de devoção específico a Santo Expedito se encontra na região Sul da Alemanha e, ao que tudo indica, no princípio, os motivos de tal veneração eram os mesmos dos da região da Sicília. A iconografia de Santo Expedito é muito sugestiva. Normalmente representado vestido como soldado romano, Expedito esmaga com seu pé um corvo, que gralha cras, cras (amanhã, amanhã, em latim), enquanto o Santo mostra um relógio que indica hodie (hoje, em latim). Em uma nova representação posterior, o relógio vem substituído pela cruz, que o Santo segura em suas mãos. O sentido é não postergar para amanhã o que se deve e se pode fazer hoje. Expedito é considerado o Santo inimigo do amanhã, ao qual se deve recorrer para obter a concessão imediata, até mesmo hoje, de qualquer graça pedida. Ademais, não é inútil observar que esta opinião popular, à guisa de superstição, é atribuída, pelo menos no mundo latino, a um fácil trocadilho acerca do nome do Santo.

Bibliografia: alla bibl. indicata s.v. Ermogene si deve aggiungere: Cahier. 1, p. 256; G. Donciueux-H Gaidoz, Saint Expédit, in Mélusine, IX (1899), pp. 169-78; Di s. Espedito martire, Nota, in La Civiltá Cattolica, LVI (1905), pp.572-576; 718-27; LVII (1906), pp.448-60; H. Delehaye, Saint Expédit et le Martyrologe Hiéronymien, in Anal. Boll. XXV ( 1906), pp. 90-98; Comm. Martyr. Hieron., p. 197, n.35: Vies des Saints, IV, pp. 468-69; Réau, III, p. 481.” Joseph-Marie Sauget
Ganhei também de um devoto do Rio Grande do Sul, uma oração muito antiga, que pertencia à sua avó ( e olha que ele não é nenhuma criança ), vinda de Milão, na Itália e que foi impressa em Italiano é claro, em 1.897. Por curiosidade mandei traduzir e ali diz o seguinte:
"HISTÓRIA
Santo Expedito, Chefe da Legião Romana Fulminante, contemporâneo de Santa Filomena, foi martirizado no Século IV sob os domínios de Diocleciano. Sua festa é comemorada no dia 19 de abril; é invocado nas causas desesperadas, ou urgentes, espirituais e temporais. Santo Expedido mostra a cruz na qual está escrito: Hodie (hoje) e pisa na cabeça de um corvo que, com seu gralhar, diz: Cras (amanhã) para ensinar que nunca devemos duvidar da Onipotência de Deus, nem esperar o amanhã para pregar com confiança e fervor. Este é o Santo da décima primeira hora, cuja invocação nunca é tardia, e sempre como intercessor junto à Santíssima Virgem."