A história do meu transplante de córnea

O ceratocone é uma doença que provoca achatamento da córnea e a perda de visão. O olho direito estabilizou e o esquerdo evoluiu bastante, chegando ao ponto de quase cegueira. O único tratamento no caso era o transplante de córnea.
O caso se agravou em janeiro de 2007 quando fui renovar a carteira de habilitação. O Dr. Eleovir, que faz os exames em Araguari, é bastante rígido e não quis aceitar a renovação no estágio em que a visão se encontrava. Nos meus 45 anos, com atividades intensas na Rádio, na Unipac e na minha empresa, fiquei apavorado.
Assim, percebi que a coisa era mais grave e tive que procurar recurso. Estive em Sorocaba-SP, no Hospital de Olhos, com tratamento pelo SUS. O local recebe gente do Brasil todo. Fui bem atendido, um sistema muito dinâmico, em que você passa por vários procedimentos e exames em cerca de duas horas e já sai com o resultado. Constatou-se a necessidade do transplante no olho esquerdo e já entrei na fila. Cerca de 40 dias depois recebi a ligação de lá dizendo que a córnea havia saído e dentro de três dias deveria estar lá para o transplante. O medo, aliado ao pouco tempo que tinha, em meio a vários compromissos, obrigou-me a desistir. Já estava pensando em procurar algo mais próximo, porque Sorocaba, apesar de muito bom e pelo SUS, tem o agravante da distância, pois são 600 km de Araguari e o tratamento pós-operatório exigia 16 viagens até lá para o acompanhamento.
Após algumas indagações fui procurar o Dr. Mário Carvalho, que realiza os transplantes em Uberlândia e atende em Araguari, na clínica do Lourival. Ele constatou a necessidade do transplante no olho esquerdo e já me cadastrou no MG transplantes. Isso foi em junho de 2007 e no mês seguinte recebi uma carta dizendo que já estava cadastrado.
No dia 13.02.08, (quarta-feira) ao chegar em casa no final da tarde, vi na bina umas 4 ligações de Uberlândia do número 3230-5050. Não era comum. A curiosidade me levou a ligar no número e quando a atendente disse ISO – Instituto de Saúde Ocular, um friozinho na barriga já dava o sinal de que era relacionado ao transplante. Me identifiquei e logo passaram para a Nailma, afirmando que a córnea estava a minha disposição e na sexta-feira passaria por uma avaliação anestésica para realizar o transplante na terça-feira. A coisa pega a gente de surpresa, mas desta vez não teve como desistir.
A cirurgia estava marcada para às 7h00 e lá estava eu, a Cecília e minha irmã Eunice, que mora em Uberlândia. Demorou um pouco e 45 minutos depois era chegada a hora, com aquele apreensão, pois nunca fiz nenhum tipo de intervenção cirúrgica.. A equipe do ISO foi excelente, um atendimento muito bom e o transplante foi tranqüilo. Tampão no olho por 24 horas, dores nos primeiros dias, mas tudo dentro do aceitável. No dia seguinte retornei à clínica para a primeira avaliação e o Dr. Mário me disse que caminhava muito bem. Foi então que tirei fotos com a turma e fiquei conhecendo melhor toda equipe guardiã da minha cirurgia naquele 19.02.08. A foto que tirei com o Dr. Mário e a Edna deu problemas, tive que tirar outra em Araguari, no retorno, neste dia 25.02. Também a anestesista Dra. Beatriz Lemos, que é de Araguari, não estava lá dia do retorno. Além do Dr. Mário e da Dra. Beatriz, a equipe do centro cirúrgico do ISO (meus anjos de guarda), é a seguinte: Karine Amaral, Thais Faria, Marlene Ferreira, Carla Antunes, Nailma Caíres e Edna Gonzaga. Valeu!!!
Muito obrigado a todos vocês. Dou graças ao bom Deus pelo procedimento tranqüilo e o atendimento profissional e carinhoso que recebi. Estou me recuperando muito bem, com melhora substancial na visão, inclusive para digitar este texto. Também recebi muitas correntes positivas de oração. Agradeço o carinho de todos.