Do UAI
O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), ameaçou lançar uma candidatura à Prefeitura de Belo Horizonte, em torno de um nome capaz de unir a base aliada ao governo Lula, alternativa à provável aliança entre PT e PSDB, que vem sendo costurada pelo prefeito Fernando Pimentel (PT) e o governador Aécio Neves (PSDB).
Irritado com o rumo que toma a sucessão à Prefeitura de Belo Horizonte, em torno do socialista Márcio Lacerda, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Hélio Costa reuniu em seu gabinete nove pré-candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte. Antes, ele se sentou com a bancada federal mineira do PMDB e também a bancada estadual de seu partido. “A tônica da conversa é que foi tomada uma decisão de cúpula sem consultar os partidos. Por isso, os partidos estão se reunindo para dizer que têm candidato. Esperamos criar um grupo com um candidato. Essa é a nossa proposta”, sustentou.
Ao longo do dia, por diversas vezes, Hélio Costa repetiu o refrão aos deputados: “Não estamos aprovando essa decisão tomada à revelia dos partidos aliados. Antes de explorar as possibilidades de candidatura no campo aliado, fazer um acordo automático com o adversário é complicado”, afirmou. Segundo Hélio Costa, os eleitores não aceitam a união de adversários históricos. “Se o PT não tem candidato, o PMDB tem. Que isso fique muito claro”, assinalou. “Esse acordo primeiro teria de chegar aos nossos companheiros, que estão em nossa base. Se não é o Patrus, se não é o Hélio Costa, vamos ver quem vai ser dentro do PMDB, do PCdoB”, afirmou. Em uma de suas declarações, o ministro chegou mesmo a sugerir que poderia vir a concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte, o que não confirmou mais tarde.
DULCI De acordo com o peemedebista, se o grupo do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, conseguir derrotar a tese de Pimentel e emplacar no PT a candidatura de Luiz Dulci, o cenário da sucessão se modificará. “Acho o Dulci um ótimo candidato. Ele poderá evitar o racha da base aliada de Lula, à medida em que pode abrir conversações com o grupo todo de apoio ao governo”, assinalou.
Sem um sucessor natural – e já que Pimentel não poderá disputar nova reeleição –, cada vez aumenta o número de interessados na disputa. A avalanche de pré-candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte que se consideram da base de sustentação do governo Lula, passou a quarta-feira não só pelo gabinete de Hélio Costa, como também pelo do ministro Patrus Ananias. Insatisfeitos com o rumo das negociações em torno da sucessão municipal, os pré-candidatos foram buscar interlocução. O argumento foi um só: se o PT não tem candidato, a base aliada do governo Lula deve se unir em torno de um nome.
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