quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Compra de votos ainda é grande no Brasil

Compra de Votos nas Eleições de 2006,
Corrupção e Desempenho Administrativo
Claudio Weber Abramo
Relatório de pesquisa feita pelo IBOPE Opinião para a
Transparência Brasil e a União Nacional dos Analistas
e Técnicos de Finanças e Controle.
Fevereiro 2007
As ofertas de compra de votos atingiram níveis alarmantes nas eleições de 2006. Mais de
8,3 milhões de eleitores foram instados a vender seu voto.
A maioria dos eleitores avalia bem os antigos governadores e tem boas expectativas
quanto aos novos. Mas um quarto dos eleitores acredita que os antigos se aproveitaram
do cargo para roubar, e um quinto que os novos titulares farão o mesmo.
O “rouba, mas faz” é aceito apenas por uma pequena parcela do eleitorado. O brasileiro
valoriza amplamente a honestidade associada à qualidade administrativa.
Cerca de 4% dos pesquisados afirmam que tiveram de pagar alguma propina para
agentes estaduais durante o último mandato.
Desde as eleições de 2000 a Transparência Brasil realiza levantamentos sobre a compra de votos no
país.1 Constata-se que, em vez de melhorar, o problema está se agravando. No pleito de 2006, nada
menos de 8% dos eleitores pesquisados relataram ter sido alvo de ofertas de compra de seu voto por
parte de candidatos e cabos eleitorais. O número é quase o triplo dos 3% que se verificaram em 2002.
Projetando-se o porcentual para o total de eleitores brasileiros que votaram para governador, isso
corresponde a cerca de 8,3 milhões.
Esse contingente de eleitores é maior do que a soma de todos os votos depositados nos estados de
Roraima, Amapá, Acre, Tocantins, Rondônia, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e
Amazonas. Só em três estados (RJ, MG e SP) o número de votantes foi maior do que isso.
Em nenhum lugar as ofertas de compra de votos por dinheiro, alimentos, vestuário, material de
construção etc. foram tão freqüentes quanto no Paraná – espantosos 22% das pessoas pesquisadas
relataram ter recebido convites para vender seu voto, o equivalente a 1,313 milhão de eleitores,2 o que,
praticamente sozinho, elevou a média da região Sul a 12%.

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